Mikoyan-Gurevich Mig-21

  As origens do Mig-21 remontam a uma especificação da Força Aérea Soviética, no início de 1954, para o projeto de um caça que incorporasse as lições da Guerra da Coréia, recém concluída. O aparelho seria destinado ao combate aéreo diurno, a exemplo do que ocorrera com o Mig-15, desenvolvido após a Segunda Guerra Mundial. Em 1955, surgiu o E-50, o primeiro da nova família. Sua turbina era uma versão mais potente das instaladas nos protótipos birreatores. Dispunha também de um foguete graças ao qual o piloto de provas V. P. Vasin atingiu a velocidade de 2.460 km/h. Logo em seguida,dois protótipos totalmente reelaborados satisfizeram as exigências quanto ao desempenho aéreo. O E-2A, tinha asas de 55º de enflechamento e o E-5, ampla asa em delta,com 57º no bordo de ataque. Ambos possuíam tomadas de ar simples no nariz, com difusores cônicos, grandes aletas ventrais inclinadas de cada lado na parte posterior da fuselagem e aletas de direcionamento do fluxo de ar sobre as asas. Os dois foram mostrados em 1956 no dia da aviação em Tushino recebendo os nomes de Faceplate e Fishbed da OTAN. A OTAN acreditava que o E-2 "Faceplate" era o modelo que havia sido escolhido para entrar em serviço, mas esse foi abandonado e o modelo escolhido para entrar em produção havia sido o E-5 "Fishbed" evoluindo esse para o modelo E-6. O E-5, para tornar-se o E-6, recebeu então um turbojato duplo Turmansky e sofreu aperfeiçoamentos aerodinâmicos, entre eles a quase total eliminação das aletas verticais e ventrais.

   A Força Aérea Soviética recebeu os primeiros Mig-21 no inverno de 1957-1958. Era um avião muito simples, com um turbojato R-11, tanque para 2.340 litros de combustível e dois canhões de 30 mm. Pouco tempo depois, recebeu um par de mísseis ar-ar K-13A com orientação infravermelha instalados sob as asas. Entre suas características constava com servocontroles dos planos móveis, empenagem inteiriça com pontas antiflutter, radar de orientação de tiro, flapes de área variável e uma curiosa capota integrada ao pára-brisa, articulada na frente e ejetável juntamente com o assento. O cockpit era pressurizado, o equipamento eletrônico incluía VOR, Rádio UHF multidirecional e ADF, além de TACAN com determinação de distância e mira e radar de aviso de cauda. Por ser considerado um caça diurno, não havia previsão para bombas e o peso excessivo desses primeiros modelos não raramente exigia que os canhões fossem removidos. O problema do peso só foi superado em 1959 com o Mig-21F, quando foi instalado uma versão aperfeiçoada do turbojato R-11, além de ter um aumento na corda da asa no bordo de ataque o que acabou lhe conferindo maior estabilidade lateral em números Mach elevados, para compensar a baixa autonomia, essa versão recebeu um tanque ejetável de 490 litros e outros armamentos como casulos de 16 foguetes de 57 mm que substituíram os mísseis K-13A que só acertavam o alvo que lhe deixasse uma esteira bem quente e bem a sua frente. Em 1960 surgiu o Mig-21PF, um interceptador aperfeiçoado, com o radar R1L e teve sua capacidade de combustível aumentada para 2.800 litros, foram instalados pneus de baixa pressão para operações em terrenos irregulares, o que resultou em pequenas saliências na raiz das asas, os canhões orgânicos foram definitivamente removidos para permitir a instalação de freios aerodinâmicos e a antena sob o nariz, passou para a parte superior desse. Ainda nessa década o modelo PF recebeu várias modificações, inclusive garrafas RATO para auxiliar na decolagem e a mudança para o topo da deriva do pára-quedas de frenagem. As últimas versões da variante PF, foram designadas Mig-21FL nas versões de exportação, que contava com um turbojato R-11F2S-300 mais potente, radar R2L e um módulo de canhão preso sob a fuselagem GP-9 (a versão da Força Aérea Soviética continuou chamando-se Mig-21PF), esse módulo acomodava 2 canhões GSH-23 de cano duplo de 23mm. Além da versão PF , a Força Aérea soviética operou um pequeno número da variante Mig-21SPS com flapes aumentados para operar em pistas curtas.

   As outras versões a seguir foram o Mig-21PFM que era um PF com várias modificações, inclusive um pára-brisa fixo convencional e a capota abrindo para a direita, o Mig-21PFMA que possuía suportes adicionais para combustível e armamentos, possuía assento ejetável KM-1 zero-zero e uma instalação interna na fuselagem para o canhão GP-9. A variante Mig-21R surgiu no final dos anos 60 como uma variante de reconhecimento com um kit ventral contendo câmaras oblíquas voltadas para frente, varredura infravermelha e sensores adicionais. A variante Mig-21M passou a ser atribuída aos modelos exportados ou fabricados na Índia. Na década de 1970, os modelos padrão eram o Mig-21MF e o Mig-21SMT, o primeiro possuía um turbojato R-13 mais potente e mais leve que o R-11 e carenagem dorsal ampliada para receber mais combustível, o segundo era um MF com equipamentos eletrônicos mais avançados associados aos mísseis K-13A que podia ser guiado por radar ou infravermelho. O Mig-21bis foram as últimas versões fabricadas, com capacidade de 2.900 litros de combustível e um novo turbojato R-25. Paralelamente as versões de caça, se desenvolveram várias versões de treinamento com assentos duplos em tandem, cuja designação era Mig-21U. Por fim, última variante do Mig-21 foi a 2000, desenvolvida pela empresa israelense IAI , em colaboração com a IAR da Romênia, modernizando antigos modelos do Mig-21 para que possam utilizar mísseis R-60 e R-73,para isso essa versão conta com um cockpit totalmente modernizado com aviônicos Ocidentais, tais como, HUD, CRTs, radar ELTA e um novo pára-brisas em peça única.  fotos - John Richard Thomson & Sandor Vamosi